Bico Stupakoff, entre Juan Esteves e Armando Prado, falou sobre a vida do pai.
Em 1976 o avô de Bico e bisavô de Lucas havia falecido e o filho, Otto Stupakoff, resolveu abandonar Paris e repatriar, voltar a viver no Brasil. Otto vendeu o Mercedez Benz para um cigano, tirou o dinheiro do banco, distribuiu a grana pelos sapatos dos 4 filhos e todo mundo embarcou rumo a SP. Era 1976, os militares brasileiros tomavam conta dos aeroportos, todo mundo era suspeito de tudo, um radinho de pilha na bagagem era uma novela. Uma boa carga de francos daria quase sessões tortura no quartinho. A obra de Otto Stupakoff é fantástica e essa todo mundo conhece ou deveria conhecer. A vida fora dos editoriais de moda e publicidade é mais genial ainda. E quase não há referência dela em livros. Casado com Miss Universo, amante de Sophia Loren, amigos de personalidades, incendiou o próprio acervo e protagonizou passagens memoráveis em Bangkock, Camboja e Ártico. Otto era jogador e perdia dinheiro da mesma forma com que ganhava, amava carrões europeus, tinha um trabalho desconhecido como pintor e escultor e a relação com os amigos no Brasil envolveu declarações públicas desconcertantes para alguns bigshots da sociedade... uma jornada de 74 anos que é um misto de James Bond em 007 Contra Octopussy e John Malkovich em Sheltering Sky. Com alguns momentos de nouvelle vague a la La’censeur Pour Le Echaufaud. O legado pessoal de Otto é um roteiro pronto e foi esse lado B de sua vida que foi discutido sábado, dia 5 de fevereiro, no Espaço Canon. Os que tiveram oportunidade de participar desta primeira Visita Guiada Canon com Bico Stupakoff, Juan Esteves e Armando Prado devem ter curtido a trip.
Sábado que vem iremos fazer uma outra Visita Guiada. O tema e horário serão divulgados dia 8 de fevereiro aqui mesmo. [FCN]
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